Volta às aulas: como lidar com as “panelinhas” entre alunos?

A volta às aulas pode ser muito legal e divertida para algumas crianças por ser uma oportunidade de reencontrar os amigos, saber das novidades, conhecer os alunos novos e curtir brincadeiras. Porém, essa talvez não seja a realidade de todos os estudantes. Pode acontecer que alguns deles, em especial os novatos, não se sintam enturmados e acolhidos, situação que requer uma atenção especial de pais, responsáveis, professores, educadores e equipe escolar.

Um dos maiores desafios dos professores e educadores dentro da sala de aula é fazer com que todos os participantes da turma interajam e se conectem durante as atividades. Para criar um ambiente saudável e promover a integração da turma, principalmente dos alunos novos que podem por ventura se sentir deslocados e tímidos, é importante estimular o convívio e acolher a diversidade.

Para isso, cabe aos responsáveis pelo ensino escolar pensar em alternativas como incentivar e propor atividades lúdicas de desenvolvimento e envolvimento entre ambas as partes. Além de lecionar de um jeito que deixe os estudantes mais à vontade para participar, é essencial incentivar brincadeiras e jogos que estimulem uma interação agradável e espontânea entre alunos, professores e auxiliares de sala.

Outro ponto de atenção é a formação das “panelinhas” e “grupinhos” em sala, o que pode causar inimizades ou fazer com que alguns estudantes possam se sentir rejeitados e até vivenciem alguma forma de bullying. Quando isso acontece, as crianças que ficaram de fora podem perder o interesse pelos estudos, chorar quando os pais os levam para escola e até apresentar queda no rendimento escolar. Então, é essencial que a equipe pedagógica crie atividades que reduzam o impacto negativo das panelinhas bem como orientem os familiares a estarem atentos a eventuais mudanças das crianças.

Uma forma de evitar que isso aconteça é estimular a amizade nos intervalos, recreios, tempos livres e até fora do período escolar. Os professores podem, por exemplo, pedir atividades extracurriculares em grupo que devem ser cumpridas e realizadas em conjunto. Para melhorar a adaptação dos estudantes, também pode ser uma boa ideia realizar rodas de conversa, atividades ou apresentações que incluam a participação ou a presença dos pais.

Todas essas alternativas trazem a leveza e a harmonia para a sala de aula, facilitam que a interação ocorra de um jeito mais descontraído e geram acolhimento para as crianças. Vale lembrar que as crianças passam muito tempo na escola e ainda estão em fase de desenvolvimento, então, todo esforço é válido para garantir que vivenciem boas experiências e cresçam com memórias de uma infância acolhedora.

* Helen Mavichian é psicoterapeuta especializada em crianças e adolescentes e Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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