Hoje vou contemplar o rio,
observar o banzeiro acariciando o barranco,
vou aprender as manhãs e todo o charme caboclo com os botos,
vou aprender a auto defesa com as piranhas,
Vou observar e aprender a sobreviver com as formigas saracá a viverem em comunidade sobre os as moitas de capim que no vai e vem do banzeiro nos ensinam o valor da união.
Hoje vou deslumbrar o horizonte amazônico sentado no barranco
de baixo do jenipapeiro em frente da casa do Zé navio…
E Tomar uma cerveja na varanda do Pato contemplando o Rio Amazonas
Hoje quero sentir no rosto o vento frio acariciando minhas rugas
adquiridas no roçado.
Hoje quero ir a missa na igreja Menino Jesus,
cantar louvores, reza e acompanhar a homilia do jovem padre.
Quero rever os amigos, jogar conversa fora com meu compadre.
Hoje quero ser caboclo ribeirinho, tomar café com a farinha boa do tio Vivaldo, com o pé-de-moleque do Carneiro e reforçar o sabor com o queijo do Bené Roque lá no lanche da irmã Raquel.
No almoço vou a feira comprar peixe no marquinho
jogar dominó com os pé inchados lá da beira.
À tarde vou lá na pinquela tomar banho, matar a saudade da mangueira, conversar com dona siló.
Na volta vou parar pra descansar de baixo da grande árvore do posto de saúde e atualizar a fofoca
Se der tempo vou visitar o Paca no balneário cenário ecológico,
apreciar a paisagem do lago do passarinho.
Vou até o campinho enfrente a igreja Nossa Senhora da Conceição,
ouvir um pouco de música boa na voz do povo no comando do locutor Manuel Dulcimar o popular Boi.
À noite vou tomar uma cerveja lá no bar amarelinho
tirando gosto com o melhor abacaxi.
Depois vou descansar ouvindo o Abel tocar o melhor do bolero.
Professor Joílson Souza
Repórter Remanso
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