O governo da República Democrática do Congo declarou um novo surto de ebola em Bikoro, na província de Equateur, ao noroeste do país, situado na África. O Ministério da Saúde local informou à Organização Mundial da Saúde (OMS) que duas de um total de cinco amostras recolhidas de pacientes apresentaram resultado positivo para a doença.
 
Este é o nono surto de ebola identificado no Congo desde a descoberta do vírus no país, em 1976. Nas últimas cinco semanas, 21 casos suspeitos de febre hemorrágica viral foram reportados, incluindo 17 mortes.
 
“A OMS está trabalhando junto ao governo da República Democrática do Congo para ampliar rapidamente as ações e mobilizar parceiros utilizando um modelo de resposta bem-sucedida em meio a um surto de ebola similar registrado em 2017”, informou a entidade.
 
A primeira equipe multidisciplinar, composta por especialistas da própria OMS e dos Médicos sem Fronteiras, entre outros, viajou ontem (7) para Bikoro visando reforçar a coordenação de ações e as investigações de casos.

Limitações reconhecidas

“As unidades de saúde em Bikoro têm uma funcionalidade bastante limitada e dependem de organizações internacionais para fornecer suprimentos que frequentemente acabam”, destacou a OMS.
 
Acrescentou ter liberado US$ 1 bilhão do Fundo de Contingenciamento para Emergências na tentativa de dar apoio às ações de resposta ao surto pelos próximos três meses.
 
Ao longo dos próximos dias, epidemiologistas, equipes de logística, clínicos e especialistas em controle e prevenção de doenças serão enviados ao local.

Como é a doença 

A doença do vírus ebola, conhecida também como febre hemorrágica ebola, é considerada grave e, muitas vezes, fatal, com taxa de letalidade em torno de 50%.
 
O vírus é introduzido na população humana por meio de contato direto com sangue, secreções, órgãos e outros fluidos corporais de animais infectados. A transmissão, acontece de pessoa para pessoa.
 
Entre humanos, a infecção também se dá pelo contato direto com sangue e outros fluidos corporais como fezes, urina, saliva e sêmen de pessoas infectadas.
 
Durante um surto, as pessoas com maior risco de infecção são profissionais de saúde que atendem pacientes sem que as medidas de proteção sejam adotadas, membros da família ou outras pessoas que têm contato próximo com pessoas infectadas, pessoas que têm contato direto com corpos dos mortos como parte de cerimônias fúnebres e caçadores que entram em contato com animais mortos encontrados em florestas.
 
O início súbito de febre, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta caracteriza sinais e sintomas típicos do ebola. Em seguida, aparecem vômitos, diarreia, disfunção hepática, erupção cutânea, insuficiência renal e, em alguns casos, hemorragia tanto interna como externa.
 
Agência Brasil

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